Experiência com a marca

Marca é um dos ativos mais difíceis de se medir em uma empresa. Fatores internos e externos influenciam o valor da marca diariamente. Um funcionário insatisfeito, um rumor de mercado sobre sua responsabilidade social, uma prova que a empresa atende mal ou uma promessa não cumprida podem derrubar o valor da marca. Ao mesmo tempo, ações concretas de respeito ao meio ambiente, inovação constante, conteúdo relevante e marketing de relacionamento levantam a moral e o valor da marca.

O problema é que uma empresa quase nunca consegue equilibrar a gangorra. A solução é criar ações de marketing que justifiquem o valor da marca, que muitas vezes está ligada a sua inovação. E isso a Nike faz com primor. Ela é mais uma empresa que aposta na conexão com os consumidores, na experiência presencial, olho no olho. E quando ela conseque conectar isso aos garotos propaganda, o caminho parece sem volta.

A inovação da vez é a sua barbearia, que já está funcionando em Madri, Milão, Paris, Moscou, Cidade do México e Buenos Aires. Você pode cortar seu cabelo de graça, escutar boa música e jogar um videogame.

Boa pedida!

.

(vi no Box1824)

.

Publicidade

Falta muito para o nosso futebol

Os problemas com a organização da Copa do Mundo representam apenas uma face da falta de profissionalismo do nosso futebol. A certeza da impunidade e a gastança com o dinheiro público, que é meu e seu, transformou a Copa da iniciativa privada na Copa com 95% das obras financiadas pelo Governo. Além disso estádios não ficarão prontos para a Copa das Confederações, outros estão ameaçados de não ficarem prontos para o evento principal, em junho de 2014, e as obras de mobilidade urbana realmente ficarão para trás.

A outra face é a gestão dos nossos clubes. Confundimos adversários com inimigos, disputa com vencer a qualquer custo e preferimos buscar soluções isoladas a negociar em conjunto. Com o Clube dos 13 as cotas de patrocínio da TV foram negociadas em conjunto com a Globo por anos, em contratos que garantiam adiantamento de pagamentos de parcelas, o que ajudou e muito sua manutenção. Com a exigência da elaboração de contratos individuais, foi uma correria para garantir com a Globo vantagens exclusivas para clubes. Esse fato fortalece poucos e enfraquece muitos.

Para o pequeno grupo fortalecido a vantagem financeira é clara: grandes clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro garantiram aumento superior a 50% frente ao contrato anterior. Para o grande grupo enfraquecido restou aceitar condições secundárias, com contratos mais baratos. O problema é que sem a maioria pobre não há campeonato disputado, estádios cheios, mobilização nacional e a consequência é a polarização da disputa e o enfraquecimento do futebol nacional.

O jornal Meio e Mensagem publicou ontem que a receita em marketing dos 20 maiores clubes do Brasil somaram R$ 385,2 milhões (veja aqui). Transformando em dólares, multiplicando por 32 clubes e considerando 5 anos com a mesma receita, temos o total de U$ 1.540 bi.

No dia 3 de abril desse ano a NFL, liga norte americana de Futebol Americano, apresentou sua nova coleção de uniformes (veja a notícia aqui). Diferente do Brasil, a liga negocia os uniformes de todos os clubes com apenas um fornecedor. A Nike, nova patrocinadora, pagará U$ 1,5 bi para vestir os 32 clubes.

Vejam bem senhores: a NFL fez a mesma receita em uniformes que o nosso futebol fez em todo o seu plano de marketing, que inclui camisas com tanto patrocínio que parecem álbuns de figurinhas, venda de produtos em lojas especiais, licenciamento de placas e outras propagandas em estádios e cotas para a televisão, que rendem a maior parte da receita.

Estamos anos luz atrás da NFL. E não há uma fagulha de esperança que algo mudará.

Uma pena.

.

O Marketing da alimentação

Ultimamente venho acompanhando uma série de boas ideias de marketing protagonizadas pelo ramo alimentício. Parece que a promoção de alimentos passará da fase da degustação no mercado para um patamar mais refinado. Pelo menos o mercado de comida pronta, ou quase pronta, começou a pensar diferente, deixando a fase dos panfletos simples que acompanhavam as caixas de pizza para trás.

A população que compra esses produtos está cada vez mais conectada e as compras para entrega devem acompanhar esse caminho. É interessante ver como isso não se reflete na maior parte das empresas. Podemos facilmente comprar um geladeira, televisão ou computador pela internet, mas dificilmente conseguimos comprar uma pizza ou comida chinesa. Na maioria das vezes o canal de comunicação continua sendo o telefone para realizar os pedidos.

Veja abaixo a solução dada por duas pizzarias diferentes:

Red Tomato

Essa pizzaria fica localizada em Dubai e criou um imã de geladeira que possui apenas um botão. Se você apertá-lo, o pedido padrão é disparado imediatamente para a pizzaria. Você recebe um sms de confirmação e se não responder, quer dizer que está tudo ok e sua pizza chegará no tempo previsto. Isso tudo sem que você precise falar com ninguém.

Veja aqui o site do projeto, vídeos e propagandas do produto.

.

Domino‘s (Inglaterra)

Para os ingleses a rede de pizzarias Domino’s desenvolveu um aplicativo que permite realizar o pedido da pizza pelo celular, seja ele em plataforma Android ou IOS. Com simples toques o pedido é realizado e a pizza entregue em até 30 minutos. Essa ideia simples garantiu que £ 1 mi fossem arrecadados com o sistema, migrando parte dos consumidores para o meio digital e minimizando problemas de atendimento, sem queda na qualidade do produto entregue. Hoje 13% dos pedidos são realizados por essa plataforma.

Veja aqui a reportagem publicada no The Next Web.

 

.

.

Por outro lado, cozinhar ganha status de entretenimento. Pedir comida pronta atende uma parte da necessidade, mas cozinhar com os amigos ou família também ganha sua importância. Para isso nada mais interessante do que vender kits semi prontos, onde o risco do erro é mínimo para o cozinheiro experimental.

Abaixo você pode ver a proposta de uma agência de publicidade alemã, que produziu um kit especial de lasanha que é um livro de receitas para ser cozinhado. Esse kit foi entregue para clientes especiais, mas eu gostaria de poder comprá-lo em um supermercado qualquer.

Veja aqui o site do projeto (em inglês) e abaixo algumas imagens do produto. Aproveite para conhecer outros projetos da Korefe:

.