A palavra é gestão


O governo federal passou a última década estudando sobre formação profissional, desenhando projetos, testando modelos, apertando o Sistema S e implantando escolas técnicas federais em todo o Brasil. Isso tudo com o objetivo de minimizar o problema de falta de mão-de-obra especializada que assola nosso país.

Esse problema é crônico e tem origem na valorização do diploma de ensino superior, associado a banalização do diploma de técnico. É preciso lembrar que vivemos em uma sociedade em que os detentores do poder de decisão sobre os modelos de avaliação educacional, reconhecem apenas o diploma como forma de validação do conhecimento. Não importa o que se sabe, e sim por onde você passou para aprender.

Também é importante perceber que, se de um lado sofremos com a falta de emprego, visto que estamos importando mão-de-obra especializada, por outro as empresas precisam minimizar seus custos e passaram a incorporar em suas estruturas de recursos humanos etapas da aprendizagem que nosso sistema educacional não é capaz de suprir. A área de Treinamento & Desenvolvimento tomou corpo e se tornou Universidade Corporativa.

Para ajudar na tarefa de formação no nível superior, o governo federal tomou algumas atitudes: construção de novas Universidades Federais; maior controle sobre o ensino superior a distância; fiscalização mais próxima das universidades privadas; mais investimentos nas universidades públicas existentes; estímulo para que empresas privadas invistam em centros de pesquisas com universidades; etc.

A palavra é gestão

As iniciativas são sempre interessantes, mas precisam funcionar, e para isso é preciso fazer a gestão. E é aqui que está nosso problema. Temos em nossas universidades, inclusive nas públicas, bons cursos de administração. Mas o modelo de avaliação do MEC exige que os professores com mais experiência e estudo tenham dedicação exclusiva para que a universidade seja bem avaliada. O dilema está posto: como fazer a gestão de algo se o professor (que é a maior fonte de conhecimento) não tem a oportunidade de praticar seu conhecimento? Como ele pode comprovar para seus alunos que o modelo de gestão em questão funciona se eles não praticam juntos? O paralelo com a medicina é imediato: como um bom médico pode ser reconhecido como tal se não consultar? Por suas aulas teóricas?

O retrato desse dilema pode ser visto nas reportagens abaixo. Por um lado temos a Petrobrás, o maior investidor no Brasil depois do governo federal, colocando dezenas de milhões de reais em centros de pesquisas em Universidades, e cobrando resultados. Por outro lado, a inércia do governo federal na simples construção de uma nova Universidade pública.

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E como fazer essa gestão? Esse é um ótimo tema para o próximo post, ou para você interagir nos comentários.

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