Ao longo dos anos venho escrevendo no meu site que a educação formal não pode ser usada como única forma de medição da capacidade intelectual, cultural ou laboral de uma pessoa. Essa posição foi defendida na minha palestra sobre Gestão por Competências para gestores de RH de Fundos de Pensão, ao criticar o uso indiscriminado da tecnologia em sala de aula, quando eu questionei para que serve uma universidade, na apresentação da Khan Academy, entre outros (role as páginas para ver os posts).
Acredito que esse questionamento tenha começado quando resolvi abandonar o curso de Engenharia Civil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro para estudar Pedagogia em uma universidade particular. Ao ser questionado sobre o motivo do abandono, sempre afirmei que fui expulso metodologicamente da UERJ.
Outros continuam me questionando porque cursei um mestrado, me qualifiquei mas não defendi a dissertação e conquistei o título de mestre. A resposta também é clara: aprendi o que precisava e não aceito refazer novamente minha dissertação, já que tive 4 orientadores ao longo do curso. O título de mestre não acrescentará conhecimento para minha vida nem fará diferença no resultado final do meu trabalho, e sim uma linha ao meu currículo.
Continuo acreditando que o trabalho é pautado pela aprendizagem coletiva, onde todos possuem conhecimentos prévios, são provenientes de culturas diferentes e precisam ser ouvidos e respeitados. Esse é um dos motivos que é tão difícil trabalhar com pessoas. Somos educados reproduzindo modelos, repetindo exercícios, copiando e colando (de livros ou da internet), e quando entramos no mercado de trabalho esperamos que o outro decida e faça exatamente como nós faríamos, assim como nosso professores nos ensinaram a fazer como eles fazem.
Produzir em uma empresa onde a interação entre as pessoas é fundamental para alcançar resultados não é fácil. É preciso aceitar que o outro possui cultura diferente, educação formal diferente e, principalmente, experiências de vida diferente.
Essas reflexões passaram pela minha cabeça por algum tempo, até que recebi da amiga Amélia Feichas uma indicação de apresentação realizada no TED que corrobora com o que acredito e pratico:
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- É necessário deixar de ser professor para ser educador.
- É preciso se despir dos títulos e escutar a voz da experiência.
- É preciso respeitar o conhecimento do próximo.
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A apresentação do educador Bunker Roy tem 19 minutos, talvez os mais interessantes e produtivos que você terá por esses dias. Invista 19 minutos do seu dia em aprendizado para você.
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PS: Adorei o produto final dos relatórios do Banco Mundial.
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Dênis, você não tem ideia de como seus textos me são úteis. Tenho levado estas questões pro LATIC na UERJ e muita coisa tem caído como uma luva. Obrigado por compartilhar esses conhecimentos. Abraço do teu fã.
Obrigado pela força Vinicius, o profissional de educação mais multifacetado que eu conheço. Estimule os seus parceiros e alunos a assinar o blog para receberem as atualizações em seus e-mails.
Abraços!
Dênis, sempre divulgo, mas fazer com que as pessoas assinem é bem difícil. Tive um blog de viagens por anos e as assinaturas se contavam em uma mão e até tinha uma boa visitação… mas deixa comigo.