Vítima da sua estratégia?

Seria a Kodak vítima da sua estratégia?

Com a popularização da informatização as máquinas fotográficas de filmes simplesmente sumiram do mercado. Ainda sou da época que precisávamos estudar para tirar boas fotos, além de uma certa habilidade para enrolar o filme e um toque de sorte para abrir a máquina e ele estar totalmente rebobinado. Isso se ele realmente tivesse sido colocado da maneira correta.

Aprendi a fotografar com uma Kodak 35 mm (não lembro o modelo) e passei a gostar muito de fotografia quando montei um laboratório de revelação em p/b na minha casa, quando eu tinha 19 anos. Nunca trabalhei com fotografia, mas minha relação com a arte de congelar o tempo através de uma imagem sempre foi muito próxima.

A Kodak decidiu continuar mantendo e investindo em fábricas de filmes, máquinas de revelação ou impressão digital, mas não ousou na estratégia de criar máquinas fotográficas digitais. Parece estranho para uma empresa que debutou nesse mercado no final do século XIX.

A notícia de que a Kodak está estudando pedir concordata não é estranha. As fotografias, mesmo as mais belas, não são mais impressas como há 10 ou 5 anos atrás. Os álbuns hoje são digitais, incorporados a redes sociais ou em sites pessoais. Imprimimos menos de 0,1% das fotos que tiramos. Seu valor de mercado despencou e parece que não há o que fazer.

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Será que não há o que fazer? Seus executivos tentam salvar a empresa negociando parte do seu portfólio de mais 1.000 patentes, além de outros malabarismos. Mas a lição que aprendemos, mais uma vez, é que não podemos viver tendo o sucesso do passado como mito.

Veja nos links abaixo mais informações no Financial Times:

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Comparando investimentos

Em dezembro de 2011 o Obama enviou para o Congresso a nova lei de defesa americana. Segundo o texto será aplicado em 2012 US$ 662 bi em defesa para os EUA. Essa notícia é importante, já que os EUA se retiraram do Iraque e se já iniciaram os planos para saírem do Afeganistão. As perguntas passaram a ser:

  • Onde serão aplicados os 662 bilhões de dólares?
  • Teremos uma nova guerra espacial, como na Guerra Fria?
  • Os EUA fabricarão aviões e tanques de guerra em massa, como na 2a. Guerra Mundial?
  • Haverá um ataque ao Irã?

Aposto na última alternativa, mas dessa vez eles deverão provar que há armas de destruição em massa, senão o Obama ficará desmoralizado como o Bush, que invadiu o Iraque sob o mesmo pretexto.

O interessante na notícia é comparar alguns números. Enquanto os EUA aplicarão US$ 662 bi em defesa em 2012, eles aplicaram US$ 498 bi em educação (dados de 2001 da OCLC). Para efeito de comparação, o Brasil investiu U$ 25 mi em defesa (1% do PIB) e US$ 125 mi em educação (5% do PIB) em 2011. Veja o comparativo abaixo:

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Resultado: os EUA investirão 27,5% e 20% do PIB brasileiro em defesa e educação, respectivamente. E ainda nos achamos um país rico. Conforme já escrevi aqui, nossa riqueza atual equivale a dos EUA em 1925.

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