Como combater a pobreza

A Universidade de Wharton entrevistou as economistas do MIT Abhijit Banerjee e Esther Duflo, que acabaram de lançar o livro Poor Economics: A Radical Rethinking of the Way to Fight Global Poverty (leia a entrevista aqui). Assisti a palestra da Esther Duflo no TED (veja abaixo) e gostaria de destacar alguns pontos: em primeiro lugar é sempre interessante ver um economista falando sobre pobreza; quando eles não usam retórica para suas explicações são extremamente diretos, fato que causa espanto na platéia. Particularmente gosto de economistas que estudam pobreza, educação e outros temas das áreas sociais justamente pela sua visão prática.

O segundo ponto é a forma com que a Esther Duflo classifica seu estudo. Segundo ela, basicamente há três maneira baratas para se erradicar a pobreza:

1 – Imunizar a população contra doenças, usando incentivos para tal. Tornar os postos de imunização acessíveis e dar incentivos é mais barato do que curar as doenças.

2 – Dar melhores condições de moradias para as famílias, mesmo que para isso seja necessário oferecer infraestrutura mínima. Segundo o estudo esse oferecimento não cria dependência, desde que as famílias percebam melhoria na sua qualidade de vida.

3 – Edução, e aqui explico com mais detalhes: segundo a Esther Duflo, o fato de eliminar os vermes e outros parasitas nas crianças aumentam em 28,6 anos o tempo d escolaridade, e dizer para as pessoas os benefícios da educação em linguagem simples e clara elevam em até 40 anos a escolarização de uma sociedade.

Você entendeu certo: falar bem sobre a educação eleva em 40 anos o nível de escolaridade de uma sociedade.

Traduzo isso em elevar a auto-estima dos professores, deixar claro os benefícios da educação e fazer com que os conteúdos sejam aplicados no dia-a0-dia dos alunos. Também comparo essa afirmação com o que vem sendo trabalhado no Brasil em termos de propaganda do MEC sobre a educação do nosso país. Até o momento não me recordo de uma única inserção na TV sobre os benefícios da educação, e sim sobre estímulos em fazer o ENEM, em propaganda sobre programas do MEC e prêmios que um ou outro professor tenham vencido. Isso está longe de um programa de auto-estima como vemos no Chile, e que já publiquei os vídeos aqui.

É preciso parar de nos enganar e iniciar uma campanha imediata pela qualidade da educação, seus benefícios e sobre o futuro que a geração de estudantes protagonizará daqui a 30 anos. Por enquanto estamos vivendo o período de crescimento natural de um país que está se descobrindo como mercado consumidor, mas precisaremos melhorar muito nossas lideranças futuras para que a continuidade seja dada.

Ou então seremos como  a Grécia, de passado glorioso, presente caótico e futuro incerto.

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